APOTEOSE

Como em delírio de flor surjo apoteótica

Na inerte manhã reversa

Filha do meu próprio ventre...

Entre um repente real

E o resto em possibilidades

Brinco de plantar belezas...

Encanto pássaros e abelhas

E longe do muro escudo

Permito a contemplação...

Aos passantes sem destinos

Esteja o sol posto ou à pino

A cantar a fiel canção...

Tempo escasso ou contratempo

Navegando contra o vento

Sempre banco o meu festim...

E ante o amanhã possível,

Ou lacuna entre a paisagem

Não pago ágio nem grito...

Por capricho o chão rabisco...

Planto ao rastro o que se deu...

Um pouco do que fui eu...

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 29/07/2018
Código do texto: T6404140
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