Entre a Solidão

No quarto ou na sala
sinto-me rodeado
pela eterna solidão
nem o sussurro de uma pétala 

Saíste e nem um beijo
me deste com suavidade
senti o bater da porta
e na escuridão fiquei 

Liguei a televisão
e meu entusiasmo
ficou esquecido
com o marasmo dos programas 

Lembro-me da nossa infância
das brincadeiras inocentes
com as ondas do mar
que retornavam à praia 

O primeiro beijo
que me deste na esquina
do beco ficou eterno
nas minhas memórias 

A nossa vida deslizava
na felicidade pródiga
do teu sorriso sensual
e nossos desejos sentiam-se 

A campainha soou
eras tu de novo
regressaste enfim
de um curto passeio 

Fui comprar-te uma gravata
disseste na inocência do tempo
e eu sorri com novas recordações
hoje fazes anos e aqui tenho a prenda 

Na realidade a solidão era tanta
que me esquecera
que fazia anos nesse dia
e saímos para o borburinho 

do caos nas ruas.

pedrovaldoy
Enviado por pedrovaldoy em 05/09/2007
Reeditado em 01/02/2010
Código do texto: T640344