CONFIDÊNCIA DE LUZIA CARRARA
“E eu que nem a lua vermelha
consegui da minha janela ver...”
Afirmou para mim Luzia Carrara.
Na mesma hora levantei a sobrancelha
E falei em alto e ótimo som: para! Para!
Luzia, minha amiga, como isso foi acontecer?
Será que você esqueceu o horário do eclipse lunar?
Será que do seu prédio tinha outro prédio a tampar
Sua visão de onde o eclipse lua acontecia?
Será que você tinha algo na sua vista como alergia,
Irritação ocular, olho seco e não usou um colírio...
Ou achou que lua vermelha fosse um delírio
Advindo de gente que não tem nada o que fazer?
O certo mesmo é Luzia conseguiu o eclipse perder.
E agora José? Diria para você o poeta Drummond.
E agora Luzia? Digo eu O Filho da Poetisa.
Só daqui cem anos ocorrerá um eclipse igual .
Para resolver tal caso, reencarnação seria um macete bom,
Outro é ver várias fotos da lua vermelha que a internet viraliza,
Ou então - devido à confidência - virar musa deste poema casual.
O FILHO DA POETISA