QUE BRANCO
QUE BRANCO
O branco prostra
Anula machuca
Entra pela porta
Trancada de negrume
Não há lume
Que incendeie a pena
Que se recusa
A manchar seja lá de que cor
Um branco pedante
Imaculado, virgem
Em sua pureza que agride
Quem quer maculá-lo
Com a beleza da palavra
Que dá sentido a vida
Sem sentido
Na paz longínqua de se obter
Ao ver
Um papel em branco
Livre na Babel em diatribes
De armas de todos os calibres
Sem letras de poesia