QUE BRANCO

QUE BRANCO

O branco prostra

Anula machuca

Entra pela porta

Trancada de negrume

Não há lume

Que incendeie a pena

Que se recusa

A manchar seja lá de que cor

Um branco pedante

Imaculado, virgem

Em sua pureza que agride

Quem quer maculá-lo

Com a beleza da palavra

Que dá sentido a vida

Sem sentido

Na paz longínqua de se obter

Ao ver

Um papel em branco

Livre na Babel em diatribes

De armas de todos os calibres

Sem letras de poesia

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 28/07/2018
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