ERA UMA VEZ

Francisco de Paula Melo Aguiar

Foi-se a Fábrica Tibiri...

Juntamente com o algodão

Operário desempregado, juquiri

Família sem teto, café e pão.

Foi-se o trem ...

De carga ou de passageiro

O povo sem pedir aquém

Gente honrada, sem dinheiro.

Foi-se a nordestina...

Ferrovia do litoral ao sertão

Mapa riscado, cartolina

Interligando Estados e região.

Foi-se o engenho, usina...

Fábrica de açúcar

Adoçante barato, cafeína

Sorte ou destino, calar.

Foi-se o algodão, agave, mandioca...

Coco, cana, milho, feijão, abacaxi

O povo feliz sem fofoca

E o tempo passou por aqui.

Foi-se a quermesse festeira...

Do dou-lhe uma, leilão ao arremate

Do dou-lhe duas, a padroeira

Do dou-lhe três, ao desempate.

Foi-se o gado pastoril...

Da venda de leite na porta

Comida de adulto a infantil

O tempo passa e tudo suporta.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 27/07/2018
Código do texto: T6401677
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