CLARAMENTE SÓBRIOS

Conversam sobre tudo

Expõem-se sem receio

A divagação se dá em meio

A mudanças rápidas de assunto

Repetem as piadas

Com as mesmas risadas

O contato se mantém

Da felicidade são reféns

Mas é curto esse deleite

Que nasce da ebriez

E se abraça num aceite

Fraterno dos três

Cavalheiros indômitos

Por uma causa superior

Unidos no recôndito

Do Estado do interior

Nadam as palavras

Pelos copos e gargantas

Um deles se levanta

Para poesia de sua lavra

Cantarolar ao vento

Uma ode às musas

Que tomaram assento

Na mesa – intrusas (!)

Propiciam histórias

O álcool e a amizade

Da tristeza inibitória.

Depois, trazem saudade.

Se armazenadas em barris,

Porém, melhores envelhecerão

Com gosto de raiz

A boemia da solução

Já podem chamá-los “senhor”,

Por cujo respeito da idade

Convencionou-se que amor

Se bebe na mocidade

Não destoam, contudo,

Aqueles cavalheiros

Entremeados em devaneios

Ressaqueiam-se no mundo

Suas entorpecidas vísceras

Logo serão as alvíssaras

De novos companheiros

Sem brinde derradeiro...

Filosofam, impróprios.

Estão sóbrios.

Claramente sóbrios.

Elmer Giuliano
Enviado por Elmer Giuliano em 26/07/2018
Reeditado em 26/07/2018
Código do texto: T6401246
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