EU, ZEMBOLA E CUGOANO EMBAIXO DO CONVÉS [ Em homenagem à Zamba Zembola e Ottobah Cugoano ]

Embaixo do convés

Quem não cantou os choros

Enquanto a grilheta e o açoite

Escamaram do pescoço aos pés

Da negra pele quais desaforos

Quase matei aquele brutamontes

Não fosses tu, ó irmão Zembola

De pressa arrear meus braços

E tu também, ó irmão Cugoano

Sempre calmo, qual bússola

Naquele instante, qu’entre soluços

Apenas quis exprimir o dano

Em ser arrancado da minha terra: Angola

19 de Julho de 18