HÁ UMA TEMPESTADE A CAMINHO
Protelemos encontros
Inúteis, cancelemos decepções.
Decoremos as páginas da agenda
Com rasuras urgentes.
Deixemos pra depois ou nunca mais
O que seria peso aos calcanhares,
Fardo de acúmulos nos ombros nus.
Chequemos as janelas e os telhados,
Limpemos calhas, não temos escolha,
E as calçadas e os bueiros
Bem como as galerias subterrâneas —
Não temamos os ratos!
— limpemos tudo
E não negligenciemos nosso lixo.
O bem-te-vi traz tímido seu canto.
O estardalhaço dos pardais cessou.
A gralha azul desdenha os mortos insepultos
E há olhos famintos à espreita, ocultos.
Lembremo-nos das provisões,
Supramos as despensas.
Há dias longos a caminho
E não sabemos (não sabemos!) quantos
Nem quanta dor trarão.
Sejamos práticos, pois, diligentes
Em critérios e força.
Levemos muito a sério cada ameaça
No céu sobre o horizonte,
As convulsões em púrpuras e rubros
Em sugestão de cúmulos
Subindo desde o Atlântico quais punhos.
Trilhemos cautelosos nossos rumos
Familiares na volta.
O bem-te-vi traz tímido seu canto.
O estardalhaço dos pardais cessou.
A gralha azul desdenha os mortos insepultos
E há olhos famintos à espreita, ocultos.
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Protelemos encontros
Inúteis, cancelemos decepções.
Decoremos as páginas da agenda
Com rasuras urgentes.
Deixemos pra depois ou nunca mais
O que seria peso aos calcanhares,
Fardo de acúmulos nos ombros nus.
Chequemos as janelas e os telhados,
Limpemos calhas, não temos escolha,
E as calçadas e os bueiros
Bem como as galerias subterrâneas —
Não temamos os ratos!
— limpemos tudo
E não negligenciemos nosso lixo.
O bem-te-vi traz tímido seu canto.
O estardalhaço dos pardais cessou.
A gralha azul desdenha os mortos insepultos
E há olhos famintos à espreita, ocultos.
Lembremo-nos das provisões,
Supramos as despensas.
Há dias longos a caminho
E não sabemos (não sabemos!) quantos
Nem quanta dor trarão.
Sejamos práticos, pois, diligentes
Em critérios e força.
Levemos muito a sério cada ameaça
No céu sobre o horizonte,
As convulsões em púrpuras e rubros
Em sugestão de cúmulos
Subindo desde o Atlântico quais punhos.
Trilhemos cautelosos nossos rumos
Familiares na volta.
O bem-te-vi traz tímido seu canto.
O estardalhaço dos pardais cessou.
A gralha azul desdenha os mortos insepultos
E há olhos famintos à espreita, ocultos.
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