ESCÓRIA
Nem as águas boas do choro do Céu mais sagrado,
dos carneirinhos inocentes do bondadoso Senhor,
nem com cachoeiras de lágrimas belas e límpidas,
conseguem-se lavar mentes daninhas e perigosas.
Desumanos correm e abrem-se em bocarras sujas
e podres. Mordem o alheio e comem pelas pontas
para fulminar tragicamente vítimas fáceis e limpas,
covardemente apunhalando costas honestas e vivas.
Escondem-se da desgraça de atos vis e horrendos
quando trafegam no espaço da liberdade humana.
Derramam desonestidade de maneira programada
sobre as sendas da sociedade valorosa dos homens.
Sim, travestem-se de caráter positivo e de face boa,
mas são expurgos sociais ou não mais que escória,
lixo sem valor a incinerar nos tribunais do mundo,
intolerantes ao abuso da imoralidade e do cinismo.
Forjam livros com páginas do bem que, entendidos,
fedem como prisões lamacentas, imundas e fétidas
porque denigrem a sociedade justa e a humanidade,
puxando-as até os perigos da vida falsa e sem valor.
Salvador, 01/11/2002.