ESCÓRIA

Nem as águas boas do choro do Céu mais sagrado,

dos carneirinhos inocentes do bondadoso Senhor,

nem com cachoeiras de lágrimas belas e límpidas,

conseguem-se lavar mentes daninhas e perigosas.

Desumanos correm e abrem-se em bocarras sujas

e podres. Mordem o alheio e comem pelas pontas

para fulminar tragicamente vítimas fáceis e limpas,

covardemente apunhalando costas honestas e vivas.

Escondem-se da desgraça de atos vis e horrendos

quando trafegam no espaço da liberdade humana.

Derramam desonestidade de maneira programada

sobre as sendas da sociedade valorosa dos homens.

Sim, travestem-se de caráter positivo e de face boa,

mas são expurgos sociais ou não mais que escória,

lixo sem valor a incinerar nos tribunais do mundo,

intolerantes ao abuso da imoralidade e do cinismo.

Forjam livros com páginas do bem que, entendidos,

fedem como prisões lamacentas, imundas e fétidas

porque denigrem a sociedade justa e a humanidade,

puxando-as até os perigos da vida falsa e sem valor.

Salvador, 01/11/2002.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 23/07/2018
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