Quase um soneto
Quero escrever um soneto:
Dois quartetos, dois tercetos;
Tudo milimetricamente perfeito.
Rima rica, fluente e inaudita,
Que gruda no ouvido, o ar empregna.
Mas não sou um bardo, ou sátiro,
E nem mesmo sou musa.
Minha rima se quebra, requebra...
E até dá chiliques: senta e assiste;
Meu verso é averso à lira.
Marginal, escroto, descabido...
Qual seria o apelido que melhor lhe cairia?
Não sei! Que me digam os senhores, os vates.