SER HUMANO

Somos espaço, ponta e retrocesso

Às vezes somos folha, tinta e processo.

De vez em quando estamos ou quebramos

E sem fundamento, também choramos.

Somos como prensa, porta ou parafuso

Vivemos no infinito e sempre confusos.

Pensamos, sonhamos, caímos

E na iniquidade, sem razão, sorrimos.

Queremos o sol, as estrelas, a lua

Vivemos perdidos, sem ponto, sem rua.

Pressionamos o espaço e o compasso

Gritamos ao léu e com estardalhaço.

Nada é finito, risco ou consequência

Tudo é curva, trava e congruência.

Perto, longe ou se rumo

Estamos no fim, contando, sem prumo.

Erguemos os olhos, as mãos e a esperança

Propomos um dia, um tempo, a temperança.

Vivemos o conto, a verdade, o sentimento

Força, coragem, discernimento.

Finalizamos como nuvem, água, pó

Passagem, esquecimento, só.

NEUZA DRUMOND
Enviado por NEUZA DRUMOND em 22/07/2018
Reeditado em 22/07/2018
Código do texto: T6397170
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