SER HUMANO
Somos espaço, ponta e retrocesso
Às vezes somos folha, tinta e processo.
De vez em quando estamos ou quebramos
E sem fundamento, também choramos.
Somos como prensa, porta ou parafuso
Vivemos no infinito e sempre confusos.
Pensamos, sonhamos, caímos
E na iniquidade, sem razão, sorrimos.
Queremos o sol, as estrelas, a lua
Vivemos perdidos, sem ponto, sem rua.
Pressionamos o espaço e o compasso
Gritamos ao léu e com estardalhaço.
Nada é finito, risco ou consequência
Tudo é curva, trava e congruência.
Perto, longe ou se rumo
Estamos no fim, contando, sem prumo.
Erguemos os olhos, as mãos e a esperança
Propomos um dia, um tempo, a temperança.
Vivemos o conto, a verdade, o sentimento
Força, coragem, discernimento.
Finalizamos como nuvem, água, pó
Passagem, esquecimento, só.