CÁPSULA
As sobras do Carnaval são ilusões bordadas
Fatalmente abandonadas quando o sol se levanta,
Levadas pela chuva na estação mais deslocada.
Da vida que passa e do mal que nunca dorme
Nem um sopro de novidade alivia o silêncio concreto.
Os pés sujos estão cobertos de brilho falso
De fantasias antigas que dançaram aqui um dia.
Um instante no tempo talvez seja a solução
Para o torpor que se chama liberdade na ausência.
Não oferecemos respostas, nem alívio, nem partidas.
Apenas uma felicidade que dura quatro dias.