Sina

Denise Reis

A dor recolhe manhãs

em alvoroço e desvario

como se colhesse adagas

sangrando o próprio fio.

A tarde, mão que empunha

sois de orvalhado pranto

razão, suporte e cura

suscitando nostalgia e encanto.

A noite extravasa carinhos

como quem rouba uma flor

tece o fio, o ardor e o corte

emaranhando os rumos do amor.

Tudo se fragmenta e fenece

numa prescindência completa

tornando o mutar uma sina

dos amores, das luas e dos poetas.

Denise Reis
Enviado por Denise Reis em 21/07/2018
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