POEMA ERRADO
Ninguém fará poemas tão ruins
Que não possam servir de papel de pão.
Nem se viverá de maneira tão neutra
Que se assemelhará à vaidade das moças.
O esterco é uma galhofa da vida
Quando observa tantos cuidados tolos.
Um desespero silencioso frente ao espelho
E a dúvida patética em frente ao papel em branco.
O exercício da fuga é a justificativa da existência,
Enquanto poemas são arte sem solução.
Engenharia complexa de caráter vergonhoso
Inventado na sarjeta e vomitado na solidão.
Se viver é inútil e transcrever uma temeridade
Sobra o Carnaval fora de época e propósito,
Recolhendo da sarjeta os verbos ultrajado
Transformando tudo em confete e entendimento errado.