POEMA ERRADO

Ninguém fará poemas tão ruins

Que não possam servir de papel de pão.

Nem se viverá de maneira tão neutra

Que se assemelhará à vaidade das moças.

O esterco é uma galhofa da vida

Quando observa tantos cuidados tolos.

Um desespero silencioso frente ao espelho

E a dúvida patética em frente ao papel em branco.

O exercício da fuga é a justificativa da existência,

Enquanto poemas são arte sem solução.

Engenharia complexa de caráter vergonhoso

Inventado na sarjeta e vomitado na solidão.

Se viver é inútil e transcrever uma temeridade

Sobra o Carnaval fora de época e propósito,

Recolhendo da sarjeta os verbos ultrajado

Transformando tudo em confete e entendimento errado.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 21/07/2018
Código do texto: T6396321
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