CHUVA DE QUIMERAS
Ah, chuva em meus anseios...
A lambê-los...
Em gotas que me banham os cansaços,
suores, sonhos mudos,
meus apelos
com líquidos cristais
em estilhaços...
Prometes reverter-me os desmazelos
que partem perspectivas
em pedaços...
Lavar-me as esperanças
com desvelo...
Polir em tua prata
os planos baços...
Ah, chuva de quimeras borbulhantes,
me cura os medos débeis,
claudicantes!
Liberta-me!
Dilata minha estrada...
Mas, chuva de quimeras,
me iludiste!
Traidora,
pouco a pouco,
tu baniste
as minhas esperanças
na enxurrada.