RAINHA
Sempre faço o que não quero...
Mas o que quero, não sei...
Sempre é o destino que diz
Rota que devo seguir
Nem adianta espernear...
Mas tanta contrariedade
Obrigou-me a rebelar...
Porque não faço o que quero?
Quem comanda este mistério?
E o fim é o cemitério?
Claro que vou blasfemar...
Jogar pro alto este impasse...
Verdade feita em esgarce
Já me obriga a desertar...
Canção nenhuma me embala...
Fico aqui na antessala
A aguardar... Qual final?
Desespero que me agita,
Obriga a enfrentar a desdita
Dar a guinada final...
De qualquer forma, algum mal,
Já ficou clarificado...
Mal por mal, jogo este dado...
Talvez nem seja letal...
TALVEZ, é ponto de fuga...
O vão que em desvão permite,
Mudança deste limite,
E eu vença essa insensatez!
Ao dar o passo da vez
Até o passado apago...
Venço o rei deste ZADREZ.