IMBECILIDADE PÚBLICA
Eu poderia arquear a sintaxe a tal ponto
Que a frustração pareceria um poema.
Mas o entendimento é menos esperto que a pressa
E passariam como passam as cólicas da juventude.
Nada é novo, no entanto, surpreendem-se os parvos.
Onde nunca se viu tal arquitetura de insultos,
Vê-se o novo com um leve aroma de atraso.
Pouco adianta amalgamar o medíocre e o divino
Numa equação fadada à rima de má fama.
Enquanto tornam-se cegos os equinos,
Regride a fala à sua gutural origem bárbara
Até que voltemos a ser apenas estúpidos símios
Viciados em açúcar, imbecilidade pública e aplauso.