IMBECILIDADE PÚBLICA

Eu poderia arquear a sintaxe a tal ponto

Que a frustração pareceria um poema.

Mas o entendimento é menos esperto que a pressa

E passariam como passam as cólicas da juventude.

Nada é novo, no entanto, surpreendem-se os parvos.

Onde nunca se viu tal arquitetura de insultos,

Vê-se o novo com um leve aroma de atraso.

Pouco adianta amalgamar o medíocre e o divino

Numa equação fadada à rima de má fama.

Enquanto tornam-se cegos os equinos,

Regride a fala à sua gutural origem bárbara

Até que voltemos a ser apenas estúpidos símios

Viciados em açúcar, imbecilidade pública e aplauso.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 18/07/2018
Código do texto: T6393018
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