Marte em Minas
Uma lâmpada hesita
treme e oscila
antes de acender.
Anos atrás
nessas mesmas ruas
por onde caminho hoje
vi meu primeiro poema nascer.
Uma placa,
que não existia antes
agora indica o recanto
dos poetas.
Seria presunção
afirmar que o sou
em meio a tantas
palavras incertas.
O céu, as ruas
e a falta de motivo
continuam iguais.
Fato torpe e corriqueiro
menos interessante
que os obituários dos jornais.
Enquanto isso
entre serras e curvas de estradas
Marte paira supremo
no céu das Minas Gerais.