OLHOS NEGROS DO MUNDO
Vi, num olhos negros,
A negrura do mundo.
Pousou sobre galhos secos,
Deixou um pássaro mudo.
Não mais cantou o melro,
Assustou-se com o escuro.
Seu corpo enrigesseu-se
Caiu morto, em chão duro.
Escrevi no solo seco:
Jaz aqui neste túmulo
O tilintar honroso e meigo
Formoso e mais profundo,
Por causa de olhos negros
Qual foice em noite em luto.