DINASTIA (ABJURAÇÃO DO AMOR)

O que é tomado por inteiro,

está visto apenas por um lado.

De quem, postado da perspectiva do contágio,

entende o o amor como mal necessário.

Mas ao certo não se sabe a quem serve

o comércio da esperança que domestica as raças.

Não fosse o senso doente a cativar a espécie,

sobraria o que realmente somos, sem asas.

Porque humanos, convenientemente nomeados,

somos traição , assassinato e escárnio.

Pilhagem antiga do estupro diário,

amenizado pela oração de nossos pais canalhas.

Dessa terra não sobrará nem pó,

e ainda assim haverá o contágio e a farsa,

propagado no sangue como cancerosa alegoria

do homem de bem que nasce, cresce e mata.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 13/07/2018
Código do texto: T6389423
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