O HOMEM DA CABEÇA BRANCA

não te devem nada

minha pele enrugada

meus olhos caídos

acordo de madrugada

com a luz apagada

testo os meus sentidos

tato, visão

olfato e audição

nenhum está vencido

faça as pazes

com meus arrotos e gazes

eu calo minha boca franca

ou faço as malas

há tantos quarto-e-salas

para um homem de cabeça branca

não te pedem nada

minha cara riscada

minha dentadura no copo

acordo de madrugada

com a luz apagada

caminho e não topo

io non odio lo specchio

sono vecchio

ma non troppo!

faça as pazes

com meus arrotos e gazes

eu calo minha boca franca

ou faço as malas

há tantos quarto-e-salas

para um homem de cabeça branca

de ti nada querem

não matam nem ferem

minhas unhas curvadas

por favor não não espere

que eu me recupere

são águas passadas

acordo de madrugada

com a luz apagada

como um sanduíche

luna piena sulla mia testa

il mondo gira attorno la festa

per chi é felice!