CAVALO MARINHO
Gero feito cavalo marinho.
Cabelos sempre em desalinho.
Indiferente ao torvelinho.
Eis o meu diapasão -
Raramente desafino,
Sou cantor sem abrir a boca.
Enquanto indago com que roupa,
Ouço sons de violinos.
Gero...ao gerar não sei se quero,
Mas se quero, sou queroquero
Exposto ao Sol sob o gramado
Na minha meta compenetrado.
Cavalo marinho sem ser aquático.
Se a barriga cresce, temo mal hepático,
Não pelo mal, mas pelo chá de boldo
Que será enfrentar o Sol sem toldo.
Canto fora do compasso
Compassivo, dissonante.
Caminho assim, sei o que faço.
Nada faço como antes.