ROUPA EM XEQUE
Como roupa, me veste me amassa,
me bate e ajunta-me na maquina
... No varal, estende-me em pregador.
não importa se de servente pedreiro,
mecânico ou doutor, seja lá quem
for, não importa quem sou.
Sobre o varal, aproveito o sol e o tempo
e arrisco uma língua muda em mímica
carrancuda... Balançando, e estralando
como se fosse palmadas, sobre o vento.
Nem tudo é conforto, no aval, existe o
desconforto sobre minha timidez.
Depois vou as dobras e ao ferro de passar
e engomada, me espelho demonstrando
vincos... A seguir, salto os olhos esbanjando
chiquesa em surreal.
As vezes até consolo a dor, n'uma cama
qualquer... De um hospital.
Antonio Montes
Como roupa, me veste me amassa,
me bate e ajunta-me na maquina
... No varal, estende-me em pregador.
não importa se de servente pedreiro,
mecânico ou doutor, seja lá quem
for, não importa quem sou.
Sobre o varal, aproveito o sol e o tempo
e arrisco uma língua muda em mímica
carrancuda... Balançando, e estralando
como se fosse palmadas, sobre o vento.
Nem tudo é conforto, no aval, existe o
desconforto sobre minha timidez.
Depois vou as dobras e ao ferro de passar
e engomada, me espelho demonstrando
vincos... A seguir, salto os olhos esbanjando
chiquesa em surreal.
As vezes até consolo a dor, n'uma cama
qualquer... De um hospital.
Antonio Montes