QUASE AMANHÃ

Falta meia hora para outro dia.

Eu o espero em abstemia...

Um novo tempo vai começar:

virá a minha alforria ?

Toda noite a mesma acalmia...

um intervalo no tempo-espaço,

uma infalível e total agnosia,

fermata no meio do compasso.

Suspensa do mundo, levito.

Gravito em torno do nada,

engulo o que não grito...

Sou alma penada.

Badalada pós badalada...

Desperto afinal da letargia.

O que aconteceu? Nada...

Apenas o ontem morreu.