DA PRECARIEDADE DA POESIA
A botas mais inclementes são as do tempo,
pisoteando trivialidades e rimas pobres.
Cada fonema gasto, sem um pingo de talento,
será devidamente esquecido na poeira das horas.
Então a única poesia possível da escória,
será sua própria tolice, em si, finalizada.
Porque poemas já nascem tolos
e não escrevê-los, é uma arte.
Tudo é pequeno diante do silêncio,
menor ainda, sem o talento.
Cada sandice do amor gorduroso,
servirá de papel para queima do escárnio.
Nada está mais abaixo,
do que a condescendência e versos precários.