DA PRECARIEDADE DA POESIA

A botas mais inclementes são as do tempo,

pisoteando trivialidades e rimas pobres.

Cada fonema gasto, sem um pingo de talento,

será devidamente esquecido na poeira das horas.

Então a única poesia possível da escória,

será sua própria tolice, em si, finalizada.

Porque poemas já nascem tolos

e não escrevê-los, é uma arte.

Tudo é pequeno diante do silêncio,

menor ainda, sem o talento.

Cada sandice do amor gorduroso,

servirá de papel para queima do escárnio.

Nada está mais abaixo,

do que a condescendência e versos precários.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 09/07/2018
Código do texto: T6385415
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