Asas de fogo
Ela olhou pra mim
do outro lado da vereda
meu inconsciente via
que a borboleta emergia
de seu casulo de seda.
Seus trajes venezianos
seus olhos de águia astutos
feitos o olhos de raposa
asas da paixão
a conduzem em voo plano
indistintos corações
ela escolhe e vem e pousa
Deste incêndio sem retorno
queima o mais duro coração
feito aterna membrana fetal
e não há quem resistir
mas tem um lado a ferir
e às vezes, arma letal.
Do jeito que ela espreita
em teia entrelaçado
a sua face é perfeita
como um fantasma de jade
feito planta de colheita
feito bicho de abate
asas de fogo me querem
prum voo em volta do lago.