Inverno Cálido

TIRE essa nuvem cinzenta do meu céu azul

O sol não brilha mais no firmamento de nossa amizade

SEU cinismo supervalorizou-se no pregão da hipocrisia;

SORRISO de hiena, lágrimas de crocodilo do Nilo

DO lodo, do limo, do limbo, no inverno cálido dos flagelos de sua ingratidão.

CAMINHO, caminho... Sozinho, sozinho...

QUE a solidão seja Icarus, na proximidade astronômica de mim.

EU passei a eternidade de um segundo, sem desejar o fim...

QUERO orbitar outras estrelas e me livrar da atração espúria de sua influência.

PASSAR ileso pela gravitação desse seu universo de mundos implodidos

COM obstinação e premido pela sede do amanhã.

A palavra é doce e veneno, na boca, nos olhos, nos ouvidos, na alma de quem a sente

MINHA palavra é ríspida, áspera, rija...

DOR estafante, mórbida, fatigante, mas é o que, por hora, eu consigo destilar.

Paulino Pereira Lima
Enviado por Paulino Pereira Lima em 06/07/2018
Código do texto: T6382710
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.