O Manto

Gélidas e cálidas, sinceras e tredas,

às palavras tristes e serenas...

Vão seguindo o teu caminho, quedas

como seguem, às ovelhas, do pastor à cantilena.

Matutina, na luz do sol nascente,

os meus sonhos lá os via eu assim:

Sempre longe infelizmente,

como às aves que plainavam sobre mim.

Voavam eles e minh'alma angustiada,

buscando a mim conforto.

Me levava pela estrada,

como leva o cortejo o seu morto.

Me levava e pra trás ficando ia,

colorido o tom das flores...

E o manto que a vida me tecia,

negro era da cor das minhas dores.

ThiagoMac
Enviado por ThiagoMac em 05/07/2018
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