Naquela fria colina

Sim foi lá naquela fria colina onde as flores choravam e em

e em prantos derramavam suas cores.

Sim foi lá que me fartei de dor me vesti de cinza rasguei minha

alma e queimei seu retrato, o abstrato nas paisagens os vultos de

passagem nada absoluto ou sólido apenas miragens, devaneios projeções

antigas, imagens que o passado se apossou.

Sim foi lá que o vento assobiou a 5ª sinfonia de Beethoven, bateu a minha porta em

meia madrugada, vestida de negro mas não me leva consigo, me põem de castigo

me obriga a viver.

Sim foi lá na fria colina que vi o firmamento escurecer a lua se despiu do prata e na

noite escura e calada eu tento não perecer, sim foi na solidão que aprendi a me conhecer

sim foi a dor que me purificou.

sim foi lá que aprendi a viver sem você, sim foi lá que

arranquei a covardia, transformei tristeza em alegria, angustia em euforia e a melancolia

vicejou a poesia.

Naquela fria colina!