Eu, livre
A vida prende, mas eu me libertou
Não quero a ordem expressa
Que amordaça
Deixe de ser chata
E parta daqui em instantes.
Farto dessa farra masoquista de toga
Vida insana, demoníaca!
Achar que pode embriagar tudo pela soberba
E fazer orgia com a minha liberdade de expressão!
Claro que não, esquizofrênica.
A vida é madrasta polida em interesses
Drástica nos acordes,
utópicamente regida em leis
Com picos de crueldade apimentada
Toda assentada nos interesses banais
De acorrentar quem sente
E não consente as suas demandas
Vida lama de opressão...
Não quero mais os seus nãos
Nem as suas migalhas.
Rasga mortalha da minha tormenta.
Eu te repúdio com veemência
Dormência de notícias malfadadas...
A vida é o ópio da minha angústia:
Agride, desrespeita, nega direitos, tripudia, engana, acaricia, mas também vomita...
A vida irrita, enche-me de ira e desolação...
Não te quero mais, alçapão
Tirando de mim o direito
De ser livre e ter opinião.
Pule pela janela e congele
No vale do esquecimento ....
Não te quero mais
Com as suas delações
Que me enquadram por medo!
Tenha respeito e me deixe
Responder em liberdade.
Eu, livre já!!