JANTAR SEM DOIS...
Te convidei para jantar
Você não veio.
Ficamos eu,
as taças,
e aquele silêncio incômodo
parado no ar.
Pensei em ligar,
mas para quê?
Para mais
me humilhar?
Fiquei estacionado
no tempo
vendo a vida
girar
naquele povo todo preso
lá embaixo
no ritmo
de suas vidas
tresloucadas
de dentro
do meu isolamento.
Abri a janela para deixar
o ar entrar
enquanto
a minha quietude
fugia.
Ao longe
além dos prédios
ainda pude ver
aquela réstia
de mar.
E nesse meu
esquecer
senti que uma
asa de borboleta
roçou minha tristeza.
A campainha
enfim,
tocou.
Meu coração disparou.
Era uma réstia de esperança.
Mãos suadas,
a pele vestindo uma fina
camada de gelo translúcida,
os passos trôpegos
e eu abri a porta sem perguntar.
Era o zelador
com a conta de condomínio
que me esquecera de entregar.
Em desalento,
voltei ao assento
do meu
solitário jantar...
Te convidei para jantar
Você não veio.
Ficamos eu,
as taças,
e aquele silêncio incômodo
parado no ar.
Pensei em ligar,
mas para quê?
Para mais
me humilhar?
Fiquei estacionado
no tempo
vendo a vida
girar
naquele povo todo preso
lá embaixo
no ritmo
de suas vidas
tresloucadas
de dentro
do meu isolamento.
Abri a janela para deixar
o ar entrar
enquanto
a minha quietude
fugia.
Ao longe
além dos prédios
ainda pude ver
aquela réstia
de mar.
E nesse meu
esquecer
senti que uma
asa de borboleta
roçou minha tristeza.
A campainha
enfim,
tocou.
Meu coração disparou.
Era uma réstia de esperança.
Mãos suadas,
a pele vestindo uma fina
camada de gelo translúcida,
os passos trôpegos
e eu abri a porta sem perguntar.
Era o zelador
com a conta de condomínio
que me esquecera de entregar.
Em desalento,
voltei ao assento
do meu
solitário jantar...