A PAZ I

Tem ela o gosto doce
de mil nuvens de algodão
enfileiradas
sobre o amor de uma mãe
pousado nas asas de
pássaro manso
sobre a superfície de um lago azul.

Não é algo que se tem,
mas algo que damos
a todos os que nos cercam
e ainda mais além.

E mesmo que ergam
cercas de arame farpado
para rasgar tanto a pele
quanto a alma
presa na carne
sua essência
permite a única
fuga possível:
aquela que eleva o
ser acima
dos derramentos
de ódio
dos mares
de lama
da cobiça
da inveja...

A paz somente é possível,
a quem se entrega
de todo
para
que os outros
vivam em harmonia.

O pacifista
não espera,
age
e o seu
agir
é a mais pura
ternura!