Deito no meu tempo
 
Deito no meu tempo
Formado no silêncio apático
Tudo contempla e retorna na essência
Onde dorme na terra o grão
Como o reflexo da noite que nem vejo
 
Sigo na ternura expressa
Que passa e canta na glória o tempo
Entre os meus atos não sei o que sinto
Os poetas choram em versos
E nas rimas passadas me encontro
 
Na solidão o silêncio vislumbra o vazio
Traçando no tempo um retrato em listras
Numa imagem futurista que reza
É estranho ver janelas sem vida
Mostrando até as fissuras das palavras
 
Sinto em partes as curvas do tempo
Através da vidraça noturna
Onde as estrelas são manchas pálidas
O tempo costura a ilusão passada
Lá depositei o que sinto e não falo
 
Preciso de espaço para me aquietar
No desgosto das horas recortadas
É a certeza que flutua na vontade
Próximo ao ato que não faz sentido
Deixando ausente todos os desejos fartos
 
Penso em fazer alguns versos
Relatando a sombra de um sonho
Que acaba bem no fim da noite
Deitada na lembrança que finge
Entender o tempo que ainda resta



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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 03/07/2018
Reeditado em 19/08/2018
Código do texto: T6380595
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