Homenagem a minha calma

Minha tão desejada Calma,

Só agora te tenho, em mim, enrolada nos meus braços,

sentada nas minhas pálpebras, acalmando meu coração.

Tinha de procurado em todos os lugares:

nas brigas, nos cigarros,

nas posições de yoga, nos cafunés recebidos por outros,

nesses outros, em mim

tinha te procurado nos meus orgãos,

numa teoria, numa prece, num dia verde e frio,

num feriado prolongado.

te procurar era o que te afugentava.

O dia que desisti, me voltando para tudo o que havia evitado,

vi a senhora me visitar devagarzinho, por dentro,

trazer suas coisas, tirar a poeira, botar as escovas de dente no lugar.

e ficar.