INFLAMÁVEL
Meu corpo deixei ao sabor dos ventos
Das tempestades do amor que me alucina;
Oh!, Mesmo surdo ouvia os tons da rima
Que sobre mim deitava nobre sentimento.
Incontáveis luas havia na noite em derredor
Duma existência cuja caricatura era a minha;
Eis que da natureza percebo preces e ladainha,
Todas tocadas e cantadas em harpas e dó maior.
Em meus sócios desejos almejei alimentar o pejo
E nutri minh’alma dum ortodoxo prazer em chamas
Que se fez em mim sob o ignóbil influxo da cama...
Momentos de intenso e sincrônico pudor eu revejo
Sobre dourados tapetes das imensas salas planas,
Todas preparadas com o esmero que o amor inflama!
DE Ivan de Oliveira Melo