TALVEZ ÊXTASE
TALVEZ ÊXTASE
Talvez êxtase
Quem sabe frisson
Mas Vivaldi me invade
Em suas estações
Numa primavera que floresce
Num verão que me aquece
Num outono que me faz renascer
Num inverno que me esfria
Me arrepia
Com seus tons cinzentos
Só por momentos
Logo tudo renasce
E o frio na face
Aquece-se em aromas
E cores em profusão
Allegro me integro
A vida em sons
Em tons
Que emocionam
Um coração que bate
Por ora compassado
Em outras horas descompassado
Visto tanta beleza
Que invade sentidos
Ouvir sentir
Violinos em acordes
Harmonia
Pena nem todo dia
Há paz em quatro cordas
Que não asfixiam
Comovem e inebriam
Criam quimeras
Em primaveras
Que se estendem
Em cores irrepreensíveis
Impossíveis
De descrever
Em prosa e verso
Num universo
Infinito e imerso
Em toques de genialidade
Fruto de divindade
Inexplicável à humanidade
Que se destrói em barbaridades