PELEGRINO

Pés rachado, passos e passadas
curtas... Cambaleante, pendentes... Largas!
Lá vai ele sorrateiro, pelas densas estradas.
Ele vai com mochila nas costas, quase
invisível pelos acostamentos da vida!
No peito uma fadiga, faz morada ...
O sonho de um bocado, mora ali em frente!
Talvez após a curva ou, n'uma reta ou quem sabe
n'uma encruzilhada, quem sabe! Além do zumm
motorizado que passam à 80, 60 ou 120 km/hora
zunindo pedregulhos bufando fumaças toxicas
do seu lado. Os pássaros são os únicos músicos
que revoam e chilream ao seu derredor.
Tudo esta muito longe, os amores as lembranças
tem hora que até mesmo a esperança lhe
escorrega pelos farfalhar dos sentimentos...
Nesse ínterim o vento é o único lenço da natureza,
que lhe é ofertado para enxugar as lagrimas! E essas
... É a única dádiva da vida que nunca lhe esquece.
O dia é um arco traiçoeiro, lhe propagando como
flecha para o relento de uma noite de
intensidade chuvosa ou fria, e dessa forma assim,
privando-te do aconchego sob a prata da lua.
Após a escuridão dos seus sonhos, o sol surge
lhe acordando para as necessidades de mais
uma jornada, sob passos e passadas pesadas
pelas densas estradas.
Antonio Montes
Amontesferr
Enviado por Amontesferr em 30/06/2018
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