A moça
O trem colheu a moça.
A moça era bela.
A moça era terna.
Não se sabe se ela quis,
Não se sabe se o trem veio,
E a moça em devaneio
Longe viajava por um mundo feliz.
Ou talvez estivesse triste
De tristeza que vence a alma,
Que não se acalma
E pede para partir.
Dizem até que houve um grito
De alguém que se assustou,
Mas a moça seguiu o rito,
E seu sangue de moça bela
Bem se via da passarela
Que por sobre a linha passa
E protege toda gente
Do perigo renitente.
Desde aquele dia,
Quando ouço o trem que apita,
Meu pensamento voa solto
Para aquela moça bonita...