ANJO DA MANHÃ
Em plena dez horas da manhã
Vi o mendigo jovenzinho,
Dormia e sorria.
Pensei: "Isso, meu velho, ninguém lhe tira!"
O coração condoeu-se,
Era o anjo do sono que se condoía de mim
E que me dizia - "Não conte a ninguém".
Escrito o poema, sinto que o traio,
Mas o coração se condói, ouço a voz:
"Assim pode".