ANJO DA MANHÃ

Em plena dez horas da manhã

Vi o mendigo jovenzinho,

Dormia e sorria.

Pensei: "Isso, meu velho, ninguém lhe tira!"

O coração condoeu-se,

Era o anjo do sono que se condoía de mim

E que me dizia - "Não conte a ninguém".

Escrito o poema, sinto que o traio,

Mas o coração se condói, ouço a voz:

"Assim pode".

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 30/06/2018
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