FERIDA ABERTA NO CORAÇÃO
Quem vence o duelo do poder
Leva para casa a ausência de pudor
O troféu não sabe onde se guarda
Soldado sem arma e sem farda
Servindo ao exército do ridículo
O mundo se desfruta da podridão
Da nossa falta de amor e crítica
Preferimos a comodidade da gaiola
A voar sobre os vales de lágrimas
Medo de ter nossas asas feridas
O sopro de lamentos que soam na noite
Fere e faz os ouvidos sangrarem
É a morte comprada à prestação
Nem conferimos o código de barras
Nem sentimos a ferida aberta no coração
Só sabemos que o tempo passa e varre
As possibilidades de uma vida feliz
As fotos na parede se desbotam e partem
Junto com as memórias fugindo da mente
E o alucinógeno já não preenche o vazio
Pela estrada que ainda resta ninguém chega
Para abraçar meu corpo cansado e decadente
Pela estrada que se alonga até o rio de sangue
Não parto por falta de força e desejo de saber
Em qual das curvas a morte me espreita