a flor que descansa
A noite relincha
Seu cheiro de flor e sexo,
Derrama sobre os alpendres
Sua imensidão de luz e coragem,
a noite que é a mesma de ontem
revisitada, a mesma, bela
e assombrada, desce
lindamente no coração do espaço,
Entretanto, a vida não
Vigora nesses tempos
Em que o nome vale mais
Que a coisa, que o homem
Deitou nos braços do circo,
Mas vale
Dizer que a noite não tem
Compromisso com o escárnio,
Tem suas leis e não as fere
Por um café mais completo,
A noite grita numa surdez escura
E sem nome, vibra por entre os veios
Do corpo, o pulso de sangue e gasolina.
A noite que descansa a flor, relincha.