Santa Clara, Clarice
Santa Clara, Clarice
Ninguém se preocupou
Com o silêncio de Clara,
Com a dor de Clara,
Com o amor de Clara.
Com a fé de Clara
Que validara a santa loucura
de Francisco!
Cálida rosa rara
Calada remendava todos os dias o
Tecido delicado do seu coração
Para não vazar o sangue sagrado
Paixão
pelo distante próximo
em nuas guerras de paz.
Ninguém avaliou
A clara solidão das noites de vigília
por Francisco
Que, santo, tecia orações
Homem, lutava contra suas tentações.
Ninguém ouviu
A fome silenciosa de Clara
Que sentiu as agonias do seu amor
Com ele jejuou
Por todos os famintos do mundo
Sofrendo o perverso vazio abandono.
Eros e Ágape, ninguém os viu
Mas ouviu com clareza
O eco do amor perfeito de
Francisco e Clara
Até hoje
Canto dos pássaros
Clariceando cada manhã.