SECURA

SECURA

Pelo azul passeiam brancas nuvens

O ar invisível mostra-se particulado

O olfato já não respira de fato

Seco quer umidade

Mas a secura é a unidade

Salvo a lágrima que escorre sem motivo emotivo

Apenas tenta aguar um pouco o derredor

Mesmo a boca que saliva diferente

Não por sabor ou gula

O cuspe que se engole

Ou se engulha

Nem suor se sua

Nariz não se assoa

A tosse seca ecoa sonora

O som rouco soa louco

Por uma chuva que não vem

E a palavra rouca

Com a umidade pouca

Cala-se ou melhor

Seca-se

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 24/06/2018
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