SECURA
SECURA
Pelo azul passeiam brancas nuvens
O ar invisível mostra-se particulado
O olfato já não respira de fato
Seco quer umidade
Mas a secura é a unidade
Salvo a lágrima que escorre sem motivo emotivo
Apenas tenta aguar um pouco o derredor
Mesmo a boca que saliva diferente
Não por sabor ou gula
O cuspe que se engole
Ou se engulha
Nem suor se sua
Nariz não se assoa
A tosse seca ecoa sonora
O som rouco soa louco
Por uma chuva que não vem
E a palavra rouca
Com a umidade pouca
Cala-se ou melhor
Seca-se