BRASIL COM Z
Na madrugada da alma,
Quando os sonhos divaga nas vagas
De outros sonhos adormecidos,
Vejo o eu de outro como barco ao longe
A jogar bola na rua,
Colecionar figuras,
Correr feito cão selvagem.
E essa imagem perdura
Nas saudades vendidas a quilo
Em vendas familiares
De sorriso e olhares
Tão espetaculares que criam
No teto do quarto visagens
De um retrato abstrato
Dentro de um sonho concreto.
Quem seria minha pátria e meu orgulho?
Mergulho entre lençóis e cobertores
Atravessando dores e raiva
Feito cão selvagem acuado
Sem poder fugir dos predadores.