P R E C I O S I D A D E S (120)
D E S T I N O
O rio vem do mar, para o mar corre:
Quem sabe por que nasce e por que morre ?
Sabe o sol que ele faz a madrugada ?
Quem fez de um grão de areia este universo ?
Não podia fazê-lo outro e diverso ?
Pode cousa qualquer sair do nada ?
Por que nos fez assim com fome e sede,
Selvagem, como a fera da floresta,
E não pôs tudo numa eterna festa ?
Quem deu a vida não daria a rede
Em que se embala o Índio do arvoredo,
Mas que ele arranca ao tronco com trabalho ?
Ruge em torno de nós a dor e o medo.
Nada vales, Helena, e eu nada valho ?!...