SAPATOS NO CHÃO
Assopra que apaga
Aperta que some
O que eu faço agora
Com a minha fome?
Qual o nome do menino?
Qual o destino das flores?
Quando a tarde surgir
E o sol for apenas lembrança
As duas metades
Metidas em confusão
Está faltando motivo
Para alguma fusão
Então o muro erguido
Entre nossos lábios
Ficamos em lados opostos
Sem apostar no futuro
Então os sapatos no chão
Sugerindo o fim do sono
E o começo da ilusão
Nesse eterno abandono