A ÁGUA PRO SERTÃO
- Ó, cirros de quimera,
Cirros do céu do sertão,
Sem a chuva que espera
Minha gente do torrão!
Como pingos não caem lá,
Seca longa e danada
Prega fome por ser má
E tal gente tem nada...
- Ó, seca feia e tão letal,
Faltar d’água que mata,
Que seca até o ser fetal,
Primo susto da mata!
Sendo a chuva que cede
Sua alegria e seu puro amor
Ao vivo que carece,
Furta do sertão sua dor.
Salvador, 01/01/1999.