Queimar
O álcool desce pela minha garganta
Queima, queima, queima até uma lágrima cair
Queima e acende meus sentimentos vazios
Queima e faz fluir líquidos que escorre pelos meus olhos
Cinzas é o que sobra de mim
Tudo tão fraco e fácil de destruir
Boituva não tem uma boa iluminação
Mas mesmo assim quando é noite me deixo levar
Um cigarro na boca meu olhar fixo no horizonte de fim de tarde
Às vezes escuro, ás vezes riscado de azul ou alaranjado
Tudo isso me queima
O vazio se torna um lar
A escuridão meu habitar
O silêncio minhas palavras
O desprezo minha arma
E o álcool ainda queima quando desce pela garganta
É que eu prefiro ser queimado
E que me deixem queimar
Ás vezes preciso me tornar cinzas.