Um dia de trabalho do homem sem-terra
O galo canta,
A dona levanta,
Vai para o fogão,
Prepara o café,
Prepara o almoço,
Hum... O cheiro encanta.
Prepara as marmitas,
Assobiando e cantando
Melodias bonitas.
Seu marido levanta,
Toma seu café,
Come um pão
Põe água no chamado “Bujão”,
Veste o traje de trabalhador,
Vai trabalhar para o patrão.
Não sabe como vai trabalhar,
Se vai aplicar veneno,
Ou se vai capinar,
É o patrão que comanda
O que ele vai realizar.
Se ele manda:
-Vai aplicar veneno!
O homem calado
Pega o instrumento,
Põe a bomba nas costas,
Pois é desse trabalho
Que compra alimentos...
Batalha em busca do seu
Pão de cada dia,
Não tem pavor,
Muito menos melancolia,
Esse pobre trabalhador
Quer o melhor para a família...
Seus filhos na escola,
Educação garantida,
Para não sofrerem o mesmo,
Desigualdade maldita!
Infelizmente é a vida
Do trabalhador sem-terra,
Trabalha o ano todo,
Para muitos és um tolo,
Mas do seu suor contribui
Garantindo alimento presente
Na mesa do povo.
Trabalho sofrido
Mas esse homem sorri,
Pois tem fé em Deus,
Ama o campo como ama a si,
Na esperança da justiça,
Que com certeza há de vir.
Esse homem ama a zona rural,
Esse homem ama trabalhar,
Mas seu maior sonho
É seu chão para plantar...
Vencido o dia,
O homem tem a façanha de tirar o boné,
Às vezes até de se ajoelhar,
Agradeço a ti meu Deus,
Por mais essa batalha conquistar...