Quando te sinto longe...
Quando te sinto longe,
Sinto-me tão mal...
Em verdade, vejo-te
Monge surreal,
A meditar ao acaso,
Nossa aurora boreal...
Quando te sinto longe,
Parte de mim sangra
De um só vermelho
E na influencia da lua
A noite é carência tua
Mas é no quarto sonolento,
Que o vento traz tua essência
Quando o rosto se acende
E à solidão se rende.
E é na cama sem intento,
Que tua camisa exala
O cheiro da tua epiderme
Que me serve como alento.
Sobre a cabeceira,
O vento folheia o livro...
Aberto aos olhos desatentos
Pela foto que no peito aperto.
Num repente cai a cabeça
Sobre o velho travesseiro.
Pobre de mim, sem você...
Sem a sombra do seu colo
Sou flor debruçada sobre o solo.